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Covid -19 – Laboratório do Lacen DF funciona 24 horas

Biomédicos no enfrentamento ao coronavírus DF Biomédica Nina enfrentamento ao coronavírus DF                                                                    

Brasília concentra uma das mais altas incidências de Covid-19 no País. A alta demanda para o diagnóstico laboratorial do novo coronavírus (SARS-CoV2), além da busca pela melhoria na qualidade desses exames é o principal desafio para as equipes do Lacen –DF.

Edejan Heise de Paula, biomédico com mestrado em Biologia Molecular e especialista em Saúde na SES-DF, explica que o rápido aumento da demanda pelo exame os obriga a estar mais atentos para as coletas inadequadas, casos inconclusivos, controles internos das reações, controles negativos e positivos, números dos lotes dos kits, variações nos protocolos à medida que a fabricação impõe novas adequações a ajustes de demanda e controle de qualidade, entre outros aspectos fundamentais para a conclusão do resultado.

O outro desafio, na opinião de Edejan, é o de conciliar o teste rápido com o de RT-PCR para melhorar a qualidade do diagnóstico. “Essa integração é fundamental uma vez que a técnica de RT-PCR é muito sensível para o diagnóstico nos primeiros dias de sintoma da doença. Há uma estimativa de elevado números de pessoas que são assintomáticas, e o teste rápido poderia identificar esses casos”, acrescenta. Com a finalidade de atender bem e em tempo, o Lacen-DF conta com novos colaboradores de outros agravos/laboratórios do próprio local, além de estender os horários para plantões noturnos. “Isso foi fundamental para que os resultados sejam liberados em menos de 24 horas”, reforça.

Na opinião do profissional, a pandemia de Covid-19 abriu oportunidades em diversas áreas da Biomedicina: pesquisa, docência ou diagnóstico em laboratório clínico ou de imagem. Essas áreas incluem Saúde Pública, Epidemiologia, Bioestatística, Bioinformática, Biologia Molecular, Virologia Médica, Análises Clínicas, Microbiologia Clínica, Imagenologia e Imunologia. Várias universidades, diz Edejan, estão abrindo seleção com foco nessas áreas, uma oportunidade para profissionais se especializarem.
“Em nível federal percebemos a preocupação e as mudanças necessárias que são implantadas à medida que a epidemia avança. As redes sociais de biomédicos também contribuem com postagens interessantes de conteúdo e referência, que ajuda muito no compartilhamento de informação para todos nós”, completa.

24 horas

A biomédica Nina Jardim Gasparini, mestre em Ciências Genômicas e Biotecnologia, faz parte da força-tarefa que torna possível o funcionamento 24 horas do laboratório do Lacen-DF. “Foram divididas equipes no setor COVID, nas quais cada profissional se compromete com pelo menos uma etapa do processo (pré-triagem, triagem, alimentar planilhas, extração do ácido nucleico, pipetagem e análise da qPCR, repetir amostras e liberar laudos). Desse modo, fica bem definido o fluxo das amostras e um colega pode auxiliar o outro quando possível”, conta.

Conforme Nina a quantidade de amostras para análise aumenta mesmo a cada dia. Assim, liberar os resultados com mais rapidez e eficiência possíveis tem motivado o empenho de todos os profissionais envolvidos.

De um aspecto, no entanto, a biomédica se queixa. Em um momento em que os biomédicos vêm ganhando destaque, a mídia insiste em nomear a classe como cientistas, pesquisadores, profissionais do laboratório ou saúde- termos mais genéricos, reforçando assim o imaginário das pessoas de que saúde só se faz com médico, enfermeiro e, às vezes, farmacêutico.

Apoio
Outro que reforça o time do Lacen-DF é Lucas Luiz Vieira, biomédico com mestrado em Ciências Genômicas e Biotecnologia e especialista em Saúde da SES-DF. Ele fala sobre o receio de ficar doente ou contaminar familiares ao mesmo tempo em que se orgulha por tentar fazer o melhor para a sociedade apesar do contato direto com pacientes e amostras com alto nível de suspeição de infecção pelo SARS-CoV2.

“Sinto que sou uma peça importante na definição do diagnóstico dessas pessoas. Recentemente, fiquei emocionado com uma paciente que, ao me ver completamente paramentado (e sentindo muito calor) para realizar coleta de swab nasofaríngeo, expressou sua gratidão. Nesses momentos eu percebo minha vocação e fico contente pela sociedade perceber a importância dos nossos profissionais e do investimento em pesquisas”, relata.

Para Lucas fica a lição de que dificilmente seriam capazes de enfrentar a pandemia de forma individual ou setorizada, como é costumeiro nas divisões de laboratório. ”Além do apoio prático, seja na bancada ou na tomada de decisões, nos ajudamos psicologicamente e compartilhamos conhecimento técnico de forma muito mais veloz, dado que informações novas são geradas a todo instante e é praticamente impossível estarmos sempre atualizados”, conclui.

Compõem a equipe do Lacen-DF ainda Marta Kamihã, Thaís Gonçalves, Gabriela Tavares de Rezende, Raíssa Pieroni, Jordan Barros da Silva, Bianca Fiche, Caroline Sandri, Juliana Reis, Lisandra Rodighero, Carolina Lima Xavier e Sizani Martins do Nascimento. (Imprensa CRBM-3)