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CRBM-3 ENTREVISTA: Biomédica esteta tricologista, Yara Hamú, destaca o crescimento da especialidade

Foto Yara Clinica tricologia

Tricologista Yara Hamú (Foto: arquivo pessoal)

Todo mundo adora um cabelo bonito! E para isso as técnicas são muitas e as aplicações variam de pessoa para pessoa. A Tricologia, uma área focada nos estudos, na prevenção e no tratamento dos fios e do couro cabeludo está ganhando popularidade porque propõe solucionar diferentes problemas capilares. A Tricologia é uma das atribuições da Biomedicina Estética e exige dos especialistas habilitação na área e atualizações constantes, uma forma de estar em contato com as inovações, técnicas e produtos nesta área.

Recentemente, Yara de Fátima Hamú Castanheira, biomédica graduada pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO), analista clínica, esteta e tricologista pela Academia Brasileira de Tricologia, compartilhou seus conhecimentos e suas dicas em evento realizado na unidade de atendimento do CRBM-3, em Brasília (DF). Yara também é mestre em Bioquímica pela Universidade de Brasília (UnB) e docente na mesma UCB onde se graduou. Seu currículo demonstra um embasamento para esta área de atuação.

Neste bate-papo, ela traz esclarecimentos sobre a profissão e dicas de cuidados gerais com os cabelos que fazem toda a diferença se incorporadas a uma rotina de cuidados. Confira:

Porque a Tricologia tem chamado a atenção nos últimos tempos?

A Tricologia evidenciou-se no período da pandemia da COVID-19 em que a principal queixa foi a queda capilar intensa aproximadamente 3 meses após o contato com vírus - um dos sintomas que mais chamou atenção dos pacientes desencadeando, especialmente, alterações psicossomáticas. Contudo, é uma área da medicina e tem avançado bastante na atuação multidisciplinar envolvendo médicos tricologistas, biomédicos, farmacêuticos, psicólogos, enfermeiros, biólogos, fisioterapeutas, terapeutas capilares (cabelereiros e profissionais da beleza), sendo uma das alopecias mais conhecidas a androgenética. Cresce a cada dia, pois a informação tem sido uma ferramenta importante na divulgação das doenças do couro cabeludo e haste capilar, assim como da necessidade de especialistas para o diagnóstico e condutas terapêuticas.

Quais características do profissional biomédico favorecem a atuação nessa área?

Domínio em anatomofisiologia e metabolismo, conhecimento em análises clínicas e interpretação de exames laboratoriais, além, obviamente, de especialização em Tricologia.

Como uma das áreas de atuação biomédica, quais os principais tratamentos e cuidados são oferecidos por essa especialidade? 

O biomédico esteta especialista em tricologista atuará na identificação das patologias do couro cabeludo e da haste capilar através de exames específicos como a tricoscopia (exame indolor realizada através do uso do tricoscópio, que possibilitará a identificação de disfunções de pele); solicitação de exames laboratoriais e anamnese permitindo assim o atendimento e elaboração do tratamento personalizado como: fotobiomodulação, intradermoterapia, blend de óleos, prescrição de nutricosméticos e suplementações, outros.

Comente sobre a importância das atualizações – por exemplo, pós-graduações – nessa área.

A titulação de tricologista requer pós-graduação e/ou cursos de formação com certificação internacional como o DGERT reconhecida pela União Europeia e International Association of Trichologists (IAT). Contudo, cursos de formação básica e avançada em terapia capilar podem ser portas de entrada para o conhecimento das disfunções e opções de tratamentos que já permitem a inserção na área. Esses cursos darão ao profissional o certificado de terapêuta capilar, ou seja, não será tricologista ainda, mas estará apto para realizar atendimentos e alguns tratamentos específicos.

No portfólio de serviços, qual o mais procurado na Tricologia?

A terapia capilar, microagulhamento e os tratamentos injetáveis, como intradermoterapia e Ozonioterapia. Têm crescido as opções de equipamentos como laser de alta intensidade e cirúrgico de transplante capilar, que contribuem para um melhor resultado.

Dê dicas de cuidados com os cabelos, por favor, e cite alguns sinais para os quais devemos ficar alerta? 

  • Higienizar com frequência o couro cabeludo e haste capilar, é mito que lavar os cabelos todos os dias aumenta a queda capilar. Aplicar Shampoo no couro cabeludo, condicionador na haste.
  • As máscaras de hidratação 1 a 2x por semana. Neste caso quando se está em tratamento pode ser prescrito aplicação de mascaras também no couro cabeludo, de acordo com a disfunção, e tônicos com ativos anti-inflamatórios e ou fatores de crescimento prescritos por profissionais.
  • Não dormir com os cabelos úmidos.
  • Usar toucas ou fronhas de cetim desde que lavadas diariamente e/ou a cada 2 dias, isso serve para os cuidados gerais com fronhas que deveriam ser trocadas em benefícios da pele tanto do couro cabeludo quanto da face.
  • Após quadros inflamatórios como pós-Covid, dengue, pós-operatórios dentre eles pós-bariátrica, doenças psicossomáticas que incluem luto, traumas emocionais, dores da alma, antecedentes familiares de calvície, quedas capilares que fogem ao habitual reconhecido pelo paciente.
  • E o mais importante: evitar automedicação e/ou interrupção quando em acompanhamento médico sem a devida autorização.

- Outros comentários que julgar importantes

Vamos falar do famoso minoxidil? É um medicamento indicado para hipertensão arterial sistêmica por sua ação vasodilatadora. É bem conhecido e usado pela medicina, mas que popularizou-se tornando o seu uso indiscriminado, seja por via oral e tópica, contra quedas capilares. O uso sem indicação e sem acompanhamento favorece efeitos rebotes (quedas intensas após um tempo e também após a interrupção). Deve ser prescrito e acompanhado por médicos para ajuste de doses e desmame. Ao biomédico é permitido a administração injetável diretamente no couro cabeludo quando o paciente tiver indicação, ou seja, não é para todos os tipos de alopecias e, reforço, são muitas e precisam ser identificadas pelo profissional para o tratamento adequado (IMPRENSA CRBM-3).