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Secretaria de Saúde de Dourados-MS divulga nota técnica sobre H1N1
O Departamento de Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde emitiu nota técnica neste domingo sobre a gripe transmitida pelo vírus Influenza A (H1N1). Recentemente surgiram casos suspeitos da gripe A em Mato Grosso do Sul. A nota traz informações completas sobre a doença e os cuidados e que a população deve adotar.
Publicado em 18/06/2012 - Última modificação em 08/08/2019 às 13h23
Veja a Nota:
SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE
Departamento de Vigilância em Saúde
Procedimentos técnicos para Influenza H1N1
1 – Introdução
A influenza A (H1N1) É uma doença respiratória aguda (gripe), causada pelo vírus A (H1N1). Este novo subtipo do vírus da influenza é transmitido de pessoa a pessoa principalmente por meio da tosse ou espirro e de contato com secreções respiratórias de
pessoas infectadas.
H1N1 significa: Hemaglobulina 1 e Neuraminidase 1. Existem vários números, dependendo do tipo de vírus.Tanto a gripe comum quanto a influenza A (H1N1) são causadas por diferentes subtipos do vírus influenza. Os sintomas são muito parecidos e se confundem: febre repentina, tosse, dor de cabeça, dores musculares, dores nas articulações e coriza. Por isso, não importa, neste momento, saber se o que se tem é gripe comum ou a nova gripe. Deve-se orientar a população a procurar seu médico ou um posto de saúde quando do aparecimento dos sintomas.
2. Transmissão e medidas de prevenção
O vírus é transmitido de pessoa a pessoa, principalmente por meio da tosse ou do espirro e de contato com secreções respiratórias de pessoas infectadas. No entanto, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a principal forma de transmissão não é pelo ar, mas sim pelo contato com superfícies contaminadas.
O período de transmissibilidade da doença é diferente entre adultos e crianças. Nos adultos, o período é de sete dias após o aparecimento dos sintomas, enquanto em crianças este período vai de dois dias antes até 14 dias após o início dos sintomas.
A população deve ser orientada a tomar alguns cuidados de higiene, como lavar bem e com freqüência as mãos com água e sabão, evitar tocar os olhos, boca e nariz após contato com superfícies, não compartilhar objetos de uso pessoal e cobrir a boca e o nariz com lenço descartável ao tossir ou espirrar.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a principal forma de transmissão não é pelo ar, mas sim pelo contato com superfícies contaminadas. Por isso o uso de máscaras pela população não é recomendado pelo Ministério da Saúde. Entretanto, quem está doente deve fazer uso de máscara quando houver necessidade de contato com outras pessoas, para não transmitir o vírus.
Não há infecção simultânea pelo vírus influenza. Uma pessoa pode contrair a doença mais de uma vez, porém não causada pelo mesmo subtipo de vírus e nem em um curso espaço de tempo. Isso porque a pessoa fica imunizada pelo subtipo de vírus depois de ter a doença. Também porque o vírus circula mais em um determinado período do ano (por isso é chamado de sazonal), especialmente no inverno, estação que varia de acordo com o hemisfério do planeta. No caso do Brasil, a circulação do vírus da gripe aumento no período de junho a outubro. Portanto, a probabilidade de uma pessoa contrair gripe nesse intervalo de tempo é maior.
É importante lembrar que as medidas de higiene respiratória e pessoal devem ser praticadas independentemente da presença ou não de sintomas, pois apresentam resultado muito importante na interrupção da transmissão.
Uma das principais formas de eliminação do vírus é pela tosse ou espirro. No entanto, a transmissão pode ocorrer em média até 48 horas antes do início dos sintomas.
O vírus resiste de 24 horas a 72 horas fora do organismo.
3. Sintomas
Pessoas com febre acima de 38ºC, tosse, dispnéia (dificuldade respiratória), acompanhada ou não de dor de garganta ou manifestações gastrointestinais.
Os profissionais de saúde devem estar atentos aos fatores de risco, que são: idade inferior a dois anos ou superior a 60 anos, imunodepressão (como em pacientes com câncer ou em tratamento para AIDS), pacientes com hemoglobinopatias, diabetes mellitus, obesos (IMC > 35), cardiopatas, pneumopatas, doentes renais e pacientes com outras condições crônicas.
Podem ocorrer casos assintomáticos, quando a pessoa tem o vírus no organismo, mas não apresenta os sintomas mais comuns, como febre alta repentina, tosse e dor nas articulações, entre outros.
Febre e, em casos graves, além de febre e tosse, há dificuldade para respirar e outros sinais avaliados pelo médico.
Algumas pessoas apresentam alterações gastrointestinais, como vômito e diarreia, mas estes são sintomas mais raros.
4.Medidas de biossegurança (ANVISA)
Não há evidências de transmissão do vírus influenza A (H1N1) pelo consumo de carne de porco ou de quaisquer produtos alimentícios.
Ademais, os tratamentos térmicos utilizados comumente no cozimento da carne de porco eliminam qualquer vírus potencialmente perigoso e presente em carne crua.
Portanto, é importante que todos os alimentos, inclusive a carne de porco e seus derivados, sejam consumidos bem cozidos. Para que o cozimento seja adequado, a temperatura de 70°C tem que ser atingida em todas as partes dos produtos. As carnes devem
perder a aparência rosa ou o aspecto sangrento.
A carne e os produtos de suínos, manipulados de acordo com as práticas de higiene não são uma fonte de infecção. Além do controle da temperatura, durante a preparação dos alimentos deve-se evitar o contato direto ou indireto entre alimentos crus, semipreparados e prontos para o consumo para que os micróbios presentes no alimento cru não contaminem o alimento preparado.
Os serviços de alimentação devem redobrar os cuidados com a limpeza dos utensílios como: copos, pratos, talheres e panelas. As instalações sanitárias devem possuir lavatórios e estar supridas de produtos destinados à higiene pessoal, tais como, papel higiênico, sabonete líquido inodoro, produto anti-séptico (por exemplo, álcool a 70% em gel, ou líquido) e toalhas de papel não reciclado ou outro sistema higiênico e seguro para secagem das mãos. A restrição à circulação de pessoas na cozinha deve ser rigorosa. Somente os manipuladores de alimentos devem ter acesso à cozinha, devidamente uniformizados.
Os manipuladores que trabalham nos serviços de alimentação devem adotar procedimentos que minimizem o risco de contaminação dos alimentos preparados por meio da anti-sepsia das mãos, isto é, usando álcool a 70% em gel, ou líquido e pelo uso de utensílios
ou luvas descartáveis. A adequada higiene das mãos e durante o manuseio de alimentos são medidas sempre importantes para garantir a segurança dos produtos alimentícios.
A Primeira medida e a mais importante: lave as mãos, principalmente antes de consumir algum alimento. Sabemos que alguns micróbios vivem por algumas horas em superfícies como mesas de restaurantes, de cafeterias e maçanetas de portas. Portanto, evite tocá-las desnecessariamente.
Evite também tocar os olhos, boca e nariz após contato com essas superfícies e nãocompartilhe objetos de uso pessoal, como talheres, pratos e copos. Beba muito líquido e prefira alimentos nutritivos. Além disso, não fale, cante, tussa, assovie ou espirre sobre os alimentos.
Prefira os serviços de alimentação que sejam bem arejados e que não tenham aglomerações de pessoas.
5.Tratamento
A maioria dos casos se apresenta da forma leve e se cura com hidratação, boa alimentação e repouso.
Em casos suspeitos, o paciente deve ser atendo na unidade de atenção primária (posto de saúde) mais próxima de sua residência. Se for o caso, a unidade de atenção primária encaminha o paciente aos hospitais de referência – Hospital Universitário – HU.
- Indicação do tratamento com fosfato de Oseltamivir (Tamiflu)?
O Ministério da Saúde não recomenda o uso do Oseltamivir para toda a população porque o uso inadequado do produto pode levar à resistência do vírus ao medicamento. Além disso, o uso sem controle e desnecessário do Oseltamivir pode levar ao desabastecimento, o que traria danos a toda a população, além do risco de reação adversa.
Portanto, a medida adotada segundo recomendações técnicas, tem o objetivo de evitar que o vírus crie resistência ao único tratamento disponível no mundo. Além disso, o uso racional do Oseltamivir no tratamento da influenza A (H1N1) é uma recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) para evitar maiores riscos à saúde pública.
Está indicado o uso do Oseltamivir para todas as pessoas que apresentarem a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG): pessoa em qualquer idade com febre repentina acima de 38º, tosse e dificuldade de respirar (dispnéia) ou com outros sintomas, como dores no corpo e nas articulações.
Esses são os indivíduos que exigem hospitalização.
Para os casos em que está indicado o tratamento com o Oseltamivir, o médico responsável deve imediatamente notificar o Departamento de Vigilância em Saúde de Dourados, por email: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. , ou pelos telefones 67-8468 8429 / 67-8468 / 8078. O núcleo de vigilância epidemiológica do município, irá proceder a coleta de material para confirmação laboratorial e dependendo da gravidade liberar a medicação para que o procedimento seja iniciado independentemente do resultado de laboratório.
6. Vacina
O município de Dourados encerrou no último dia 01 de Junho de 2012, campanha de vacinação contra a influenza. Os resultados foram extremamente bem sucedidos, sendo que o município ultrapassou o índice preconizado de 80% de cobertura vacinal, e desde aquela data continua vacinando toda a população em todas as unidades de saúde da rede, enquanto estiverem mantidos os estoques da vacina.
Já que a vacina aplicada na campanha, tinha cepa de H1N1, e os índices de cobertura vacinal nos últimos dois anos foram superiores a 80%, isso confere ao município uma ampla cobertura vacinal, diminuindo drasticamente a possibilidade de ocorrência de nova epidemia, ou ocorrência de números elevados de casos no município.
7. Situação epidemiológica em Dourados.
O município até o momento, não tem o registro oficial da doença, contudo tendo em vista o registro de surto advindo da cidade de Ponta Porã a secretaria municipal de saúde toma todas as medidas pertinentes para evitar que possam surgir grande número de casos.
É relevante o fato da extensa cobertura vacinal conferida pelas últimas campanhas de vacinação de forma que torna mais efetiva a proteção da população vacinada em Dourados.
Destaca-se que não há no momento nenhum parâmetro epidemiológico que sugira qualquer tipo de medida brusca, a não ser, a orientação para que as pessoas redobrem os cuidados, sobretudo ao se dirigir para a região de fronteira com o Paraguai.
Existem ainda em Dourados-Ms um caso que já foi descartado para H1N1 e outro aguardando o resultado do exame confirmatório, sendo que no segundo, devido a intensidade clínica dos sintomas, a medicação Tamiflu, já foi dispensada ao paciente e todas as medidas de controle foram devidamente tomadas, ainda que não se tenha a confirmação absoluta do caso. Destaca-se que todas essas medidas estão sendo tomadas em caráter preventivo.
8. Recomendações à População
Influenza A (H1N1) é uma doença respiratória causada pelo vírus A. Devido a mutações no vírus e transmissão de pessoa a pessoa, principalmente por meio de tosse, espirro ou de secreções respiratórias de pessoas infectadas, o Ministério da Saúde traz um série de
recomendações.
A ) Aos viajantes que se destinam às áreas afetadas, (em nosso caso a região de fronteira com o Paraguai):
• Ao tossir ou espirrar, cobrir o nariz e a boca com um lenço, preferencialmente descartável.
• Evitar locais com aglomeração de pessoas.
• Evitar o contato direto com pessoas doentes.
• Não compartilhar alimentos, copos, toalhas e objetos de uso pessoal.
• Evitar tocar olhos, nariz ou boca.
• Lavar as mãos frequentemente com água e sabão, especialmente depois de tossir ou
espirrar.
• Em caso de adoecimento, procurar assistência médica e informar história de contato com
doentes
e roteiro de viagens recentes às áreas afetadas.
• Não usar medicamentos sem orientação médica.
B ) Aos viajantes procedentes de áreas afetadas:
Viajantes procedentes, nos últimos 10 dias, de áreas com casos confirmados de influenza A (H1N1)
em humanos e que apresentem febre alta repentina, superior a 38ºC, acompanhada de tosse e/ou dores de cabeça, musculares e nas articulações, devem:
• Procurar assistência médica na unidade de saúde mais próxima, ou os serviços de vigilância de transito de Dourados, no aeroporto ou rodoviária.
• Informar ao profissional de saúde o seu roteiro de viagem.
Jornal Agora MS - http://www.agorams.com.br/jornal/2012/06/secretaria-de-saude-de-dourados-divulga-nota-tecnica-sobre-h1n1/